STEMA

Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de Alegrete.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

PROTESTO INDIVIDUAL: "Cansei de esperar"!


No final da Assembléia do dia 28 de abril, onde os trabalhadores em educação decidiram construir mobilizações na semana que vem, um trabalhador em educação decidiu não trabalhar no dia 29. Passou todo o dia na frente da EMEI com "correntes" nos pulsos e nos pés, protestando contra o corte no salário e pela falta de auxilio transporte.
Alguns trabalhadores em educação vem sofrendo cortes de 20 até 40% nos salários, como resultado da retirada de insalubridade e outras gratificações. Estes trabalhadores ganham menos que o minimo regional e ainda sofrem estes cortes nos seus salários.
Trabalhador em protesto diz: "Não tenho mais nada a perder, a não ser minha dignidade. Meu protesto é pra manter a dignidade!"
Cansado de esperar uma solução do Governo Municipal (prefeito Erasmo Guterres - PMDB, Vice Maria de Fatima Mulazani- PT e Secretario de Educação Jorge Sitó- PT) o trabalhador em educação escreveu no cartaz "...quem sabe faz a hora não espera acontecer."

Na primeira hora da manhã, quando os pais e mães foram levar as crianças na Escola, o trabalhador fez um discurso emocionado, falando que adora a sua profissão, que gosta muito das crianças, que gostaria muito de continuar trabalhando com educação infantil, mas com o salario que a categoria recebe, não tem condições de dignidade humana... Com pouco mais de R$400,00 não tem como sobreviver. Ele não suporta mais tamanha opressão e exploração do Governo Municipal. Nas Escolas de Educação Infantil existe uma grande quantidade (5o% ou mais) de estagiarios. Estes estagiarios trabalham, às vezes, tanto quanto os concursados e efetivos (alguns até mais) e ganham R$270,00 por mês. É muita humilhação, exploração e opressão!
Os pais apoiaram o trabalhador, disseram que na semana que vem, se houver uma manifestação, eles participarão em apoio.
Abaixo, texto enviado pelo trabalhador indignado:

O Desabafo/Protesto foi,na verdade, um grito de dor. Algo estava preso e precisava ser liberado. O sentimento de ter a dignidade ferida, maculada é algo terrível. Segundo a Nossa Constituição Federal, o Salário Mínimo deve ser capaz de atender as nossas necessidades vitais básicas e às da nossa família com Moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Este quadro não ocorre comigo. Um exemplo simples: Se eu quiser casar. Vou alugar uma casa (terá q ser bem próxima ao meu trabalho..pois dependo d ônibus). Vou pagar o aluguel ou pago a luz? Talvez a gente utilize velas, é, mais barato e mais romântico! Quem vai comprar os alimentos? Ah, tem os brechós pra garantir meu vestuário! O lazer..gosto muito d teatro, cinema, viajar..mas quem sabe quando eu me aposentar. Eu só quero ser respeitado, ter meus direitos BÁSICOS supridos!!
Amo meu trabalho, amo minha escola, mas se eu quiser casar, terei q abandonar meu local prazeroso d trabalho em busca de um local q me pague melhor. As correntes de papel representam essa prisão q me encontro (falando sobre minha alma), pois minha subjetividade está sendo sufocada..as "correntes de papel" do dinheiro, de leis q me abandonam, me levam cativo aonde não gostaria de estar. Me levam para onde não terei o mesmo prazer d trabalhar!! Este foi meu desabafo..meu protesto q engloba todos os "indignados" trabalhadores em educação do meu querido e amado Município de Alegrete!!




A "cordenação" do sindicato esteve presente boa parte do tempo, apoiando e solidarizando-se à luta e o protesto do companheiro. Foi feito contato com apoio juridico do sindicato e com a imprensa da cidade.

Segundo o trbalhador: "O CAPITALISMO SUFOCA NOSSSA SUBJETIVIDADE!"